São Paulo busca ajuda no Japão para combater desperdício de água tratada

No Brasil, quatro em cada dez litros de água potável que saem das companhias de abastecimento são perdidos antes de chegar às moradias. Para combater o desperdício, São Paulo foi buscar ajuda do outro lado do mundo.


A água retirada dos reservatórios ainda é suficiente para abastecer os 20 milhões de habitantes da Grande São Paulo. E no futuro? A cada ano são 200 mil novos consumidores. Uma pressão e tanto, agravada por um problema antigo: as perdas na distribuição.
No percurso até as casas na Região Metropolitana, um quarto da água fica pelo caminho. A média brasileira é mais alarmante: quase 40% da água que se produz são perdidos. Na Europa, as perdas são de, no máximo, 15%.

Em uma rua, onde a água só chega à torneira à noite, ela corre solta no asfalto. O buraco foi causado durante a instalação de um poste de luz. “Esse é um dos milhares que devem ter nessa cidade”, comenta um senhor.
Mas os maiores vilões ainda são os gatos, as ligações clandestinas, e principalmente a falta de manutenção da rede.

O Brasil foi procurar ajuda ao Japão, onde o desperdício não passa de 3%, e também reutiliza cerca de 80% da água destinada à indústria. “Nós estamos aprendendo com os japoneses como identificar vazamentos que não são visíveis no nível do solo”, afirma a presidente da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp), Dilma Pena.
Os vazamentos não são visíveis, mas a máquina japonesa percebe. O serviço tem que ser feito de madrugada, porque, nesse horário, o consumo da água pela população é mínimo, e, se durante a medição o computador detecta um aumento brusco no consumo, ele dá o sinal de alerta para um provável risco de vazamento.

Se houver indícios, outro aparelho identifica o barulho emitido pela água e aponta onde está o vazamento. “Quando não existe perda, não existe som nenhum”, diz o técnico.
É um trabalho caro e demorado. A meta é reduzir para 15% as perdas até 2020, a um custo de R$ 1,2 bilhão. O consumidor sabe que ela é essencial e vai cobrar os resultados.

“A água é muito importante para ser desperdiçada”, e o Japão reconhece isso há muito tempo. A população é consciente disso, e colabora com a economia e controle do desperdício, e a qualquer alteração no consumo médio em sua residência, a companhia de água é informada para averiguar se existe algum vazamento.




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